Até Madonna se perdeu de amores por Lisboa
“Como é que foste capaz de deixar o sossego dos Açores e vir para a selva?”
É uma pergunta que me fazem mais vezes do que esperava… Mas de tantas vezes já ter retorquido, a resposta já está na ponta da língua: “sou como o Marco Paulo, tenho dois amores”. É uma resposta curta (e um bocado parva...) eu sei, mas é a melhor e mais sincera explicação que posso dar.
Tenho orgulho em ser ilhéu e em ser natural do arquipélago mais bonito do mundo e ao qual dou cada vez mais valor, não só pelas paisagens deslumbrantes (algumas das quais já vos mostrei aqui), mas também pela qualidade de vida que se vive na região. O sossego e a paz que se vive nos Açores são difíceis de encontrar noutro lugar.
Mas como não apaixonar-me por Lisboa?
Em 1998 vim a Lisboa e foi amor à primeira vista. Muito antes de a nossa capital estar moda já eu desejava com todas as forças viver aqui. Não tinha percepção de quão caro é viver nesta cidade, do trânsito, da falta de lugares para estacionar, da loucura do dia-a-dia, do quão pode ser frustrante ver alguns amigos de meses a meses e de não conseguir fazer nem 1% do que a cidade oferece… mas como não gostar de um lugar que nos presenteia com 220 dias de sol por ano, que tem uma luz fantástica (que se torna ainda mais encantadora ao pôr-do-sol), que a cada canto esconde uma história e uma novidade, que têm 1001 programas para 1001 pessoas diferentes, que todos os dias vive intensamente com eventos que preenchem as ruas, que é livre e deixa-nos ser quem somos?
Lisboa é tudo isto e muito mais. Eu não deixei os Açores, apenas optei por ter dois lares muito diferentes e distantes. Vou ser sempre açoriana… mas o meu coração é também alfacinha. E isto não é estranho… até a Madonna, que é a Madonna… se perdeu de amores por Lisboa, não é verdade?!
Segue-me nas redes sociais: