Saikõ: sushi de fusão, sem confusão
Hoje apresento-te o melhor restaurante de sushi de fusão de Lisboa: o Saikõ. E não me digas que não gostas de fusão. Porque aqui, tal como o chef Péricles Lacerda garante, “fusão, não é confusão”.
Mas vamos começar pelo início. Nove meses depois de terem aberto o primeiro espaço no Centro de Congressos do Estoril, Rita e Tiago Machado, em conjunto com o chef Péricles Lacerda – que trabalha esta iguaria japonesa há 14 anos -, decidiram trazer para Lisboa, mais precisamente para a Praça de Touros do Campo Pequeno, o mesmo conceito.
A decoração do espaço conquista pelo requinte, com pormenores japoneses simples e discretos que dão um toque de originalidade aos tons de dourado e branco da sala. Apesar de sofisticado, o ambiente é descontraído. Mas o sentido estético vai muito além da decoração. Durante toda a refeição a apresentação prima pela delicadeza e bom gosto.
A começar pelo gin de laranja caramelizada que, além de ter umas cores muito atraentes, estava graciosamente bem confecionado.
Começámos o jantar com o couvert do restaurante. Uma folha de endívia com pasta de salmão, molho sweet chilli, goma wakame e sésamo, acompanhada com Sunomono de pepino e edamame (soja verde em vagem), uma mistura de sabores bastante interessante.
Contudo, foi com as entradas que as minhas papilas gustativas começaram a salivar. O EBI Especial Saikõ - camarões panados envoltos em salmão braseado, ovas, micro ervas e molho do chef – e o Usuzukuri misto – três peixes marinados em molho ponzo, molho de ervas, sésamo e ovas - provaram que no Saikõ só se usa produtos de alta qualidade e que a fusão aqui não é usada para esconder a falta de frescura do peixe, mas sim para dar texturas e sabores diferentes a cada peça.
A seguir veio um dos pratos principais e uma das maiores bombas sensoriais da refeição. O Gunkan Hotate (atum, maionese de gengibre, vieiras braseadas, ovas), Gunkan Shiromi (peixe branco, molho dengaku, picadinho de peixe branco, ovas) e o Gunkan Egg: um rolo de salmão braseado que esconde um ovo de codorniz que explode à primeira dentada.
Mas a criatividade não acaba por aqui. O Uramaki Hakusai não deixou dúvidas, foi em uníssono que ganhou o voto de prato preferido do jantar. Uma peça com combinações completamente improváveis, mas que rimam tão perfeitamente que é difícil de descrever. Leva pasta de salmão, envolvida em couve lombarda, queijo creme e polvilhada com flocos de milho tostados.
Por fim, ainda houve espaço para provar o Especial Saikõ que era composto por camarões panados, salmão braseado, maionese japonesa, pepino, ovas, cebolinho e molho tarê.
A única coisa que o Saikõ tem de melhorar é nas sobremesas. Apesar de estarem acima da média de sobremesas dos restaurantes japoneses, a elevada criatividade que sentimos durante todo o jantar não se espelha nesta parte da refeição. Provei a mousse de maracujá e o gelado de chá verde.
O preço médio é de 35 euros por pessoa, algo completamente justo para a qualidade dos produtos e do serviço.
Segue-me nas redes sociais: