Um restaurante muito pouco Clandestino
De Clandestino só poder mesmo ter o nome pois é impossível não dar por ele. A decoração, uma autêntica obra de arte, chama a atenção de quem passa no cimo da rua da Rosa, no Bairro Alto, em Lisboa, e a fila de espera dá-nos a certeza de estar perante um dos restaurantes mais procurados da zona.
Lá dentro, o ambiente é quente e descontraído, digno de um bar-restaurante da América Latina. O espaço é lindíssimo, com um pé direito encantador e pormenores de decoração muito bem escolhidos. Logo à entrada uma instalação gigante que recria a favela do Vidigal, do Rio de Janeiro, Brasil, com caixas de madeira de várias cores. Uma criação brutal dos irmãos Bete e Gezo Marques. Contudo, a minha atenção perde-se antes de conseguir olhar para as outras paredes. Pessoas a falar alto, a música, o eco… infelizmente o El Clandestino é bastante barulhento, tanto que se tornou difícil manter uma conversa durante o jantar.
Mas vamos à carta. Foi criada pelo chef consultor António Amorim e é confecionada pelo chef Fábio Sobral – que trabalhou em Londres, no Lima, um estabelecimento peruano galardoado com uma estrela Michelin – alia os sabores do México e do Peru. Dois países, que apesar de separados por mais de quatro mil quilómetros, têm paladares que ligam perfeitamente, como provam os 8 tacos e os 6 ceviches disponíveis na carta do El Clandestino.
O ideal será partilhar com amigos várias entradas e pratos principais porque a quantidade de cada um é reduzida. Os Totopos (4.5€) e o Ceviche Peruano (9.5€) estavam deliciosos, mas os Tacos SoloMillo (9.5€), além de não encherem a barriga nem a uma criança, não estavam nada de especial e não tinham nem guacamole nem feijão. A sobremesa também não me conquistou. Apesar de ter bom aspecto a Bomba de Chocolate (5€) - um bolo de chocolate quente servido com mousse de chocolate, amendoim caramelizado e espuma de pimento e malagueta – era demasiado pequena para o preço e a espuma não parecia estar bem conseguida.
Quanto às bebidas. Aiiii a sangria (18€)! Apesar dos empregados terem-se enganado na sangria que pedimos, estava ótima, assim como as margaritas (5.5€) e o pisco sour (6.5€). O bar está à conta do chef Bruno Veiga e é um sucesso. Vale a pena passar pelo El Clandestino nem que seja só para beber um “copo”.
Um último apontamento para os empregados de mesa. Apesar de simpáticos são um pouco desorganizados e apressam-nos. Nem tínhamos acabado a entrada e já estavam a trazer os pratos principais sem sequer trazer a sangria e começaram a tirar os pratos da nossa mesa sem todas as pessoas terem terminado a refeição.
Informações:
Horário:Todos os dias das 18h30 às 2h00
Morada: Rua da Rosa, 321, Bairro Alto / Príncipe Real
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